O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (2024)

Koo JeongA |'CIDADES DE ODORAMA' | Pavilhão da Coreia do Sul, Giardini |20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (1)

Para fazer este novo trabalho baseado em aromas, Koo Jeong-A entrevistou 600 pessoas sobre como elas se lembravam dos cheiros de diferentes cidades, reproduziam esses cheiros e os difundiam no pavilhão. EmfrisoNa edição de abril, o artista descreve como seu projeto responderá‘à segregação representada pelos pavilhões nacionais no Giardini’. Acrescentam: “Gostaria de ir além destas fronteiras para criar uma nova visão para uma nação unida”.

– MARKO GLUHAICH, editor associado

Manal AlDowayan |'Shifting Sands: A Battle Song' |Pavilhão da Arábia Saudita, Arsenale |20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (2)

Manal AlDowayan é conhecida por seus projetos comunitários que acompanham a mudança do status das mulheres na Arábia Saudita. Em preparação para Veneza, a artista convidou 1000 mulheres para participarem em oficinas de canto em grupo em três cidades sauditas. O título da exposição resultante reflecte a importância de realizar estes workshops num país onde as artistas femininas foram proibidas de cantar na televisão estatal até 2017. Como defensora de longa data da paridade de género, AlDowayan é a pessoa ideal para reflectir sobre o rápida transformação – desde o relaxamento da proibição de mulheres conduzirem até ao surgimento de festivais de música seculares – que tiveram lugar no Reino ao longo dos últimos anos.

– CHLOE STEAD, editora assistente

Sol Calero | ‘Estrangeiros por toda parte’ | Arsenal/Giardini |20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (3)

Para a sua inclusão na última Assembleia de Bergen, Sol Calero reinventou os interiores do Kafé Mat & Prat – um centro de qualificação para imigrantes que ensina línguas e competências profissionais – na sua mais ambiciosa instalação específica para o local até à data. Com seus móveis pintados à mão e murais coloridos,A Cantina Turística(Cantina Turística, 2022), transplantou o que o artista chama de “estética tropical” para o Norte da Europa. Dado o interesse contínuo de Calero na exotificação da cultura latino-americana, estou ansioso para ver como ela interpretará o título da edição deste ano da bienal, “Foreigners Everywhere”.

– CHLOE STEAD, editora assistente

Julien Creuzet|Pavilhão Francês, Giardini |20 de abril – 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (4)

Em entrevista de 2021 com o curador Cédric Fauq para friso, Julien Creuzet observou que o seu objetivo, com o seu extenso corpo de trabalho e meticuloso embasamento teórico, é “manipular as várias camadas da história”. Estou animado para ver como Creuzet avalia a linguagem, a crioulização (uma homenagem ao teórico martinicano Édouard Glissant) e a relação entre a França e o Caribe em Veneza. Numa conferência de imprensa realizada na Maison Éduoard Glissant da Martinica no início deste ano, os organizadores, incluindo curadoresCeline Kopp eCindy Sissokho, falou do envolvimento do artista com a 'vitalidade' do Caribe através das formas de literatura e poesia, como evidenciado nos títulos de suas obras que muitas vezes parecem histórias curtas e concisas - 'Attila cataract your source at the foot of os picos verdes acabarão no grande abismo azul do mar que nos afogamos nas lágrimas das marés da lua' não é diferente.

– VANESSA PETERSON, editora associada

Arquivo de desobediência | ‘Estrangeiros em todos os lugares’ | Arsenale/Giardini |20 de abril – 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (5)

O Disobedience Archive foi fundado por Marco Scotini em 2005 e coleta materiais documentais de décadas de desobediência social em todo o mundo. As exposições anteriores deste projeto itinerante reagiram diretamente ao seu contexto, e a apresentação em Veneza não será diferente. Projetado pela arquiteta Juliana Ziebell, incluirá obras de 39 artistas e coletivos e será dividido entre temas de ativismo da diáspora e desobediência de gênero.

– MARKO GLUHAICH, editor associado

‘Tudo o que é precioso é frágil’ |Pavilhão do Benim, Arsenale | 20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (6)

Com os países africanos ainda sub-representados na Bienal de Veneza –tema de um ensaio aprofundado na última edição da Frieze– o anúncio de que o Benim terá o seu primeiro pavilhão na edição de 2024 causou grande entusiasmo. Com curadoria de Azu Nwagbogu, ‘Everything Precious is Fragile’ contará com quatro artistas contemporâneos beninenses – Ishola Akpo, Moufouli Bello, Romuald Hazoumè e Chloé Quenum – e se inspirará na filosofia Yoruba Gèlèdé.Benin será um dos vários países focados na indigeneidade, com Nwagbogu contandoRevisão de arteem março que a exposição pretende ‘desafiar [o]injustiça epistêmicadeo silenciamento das vozes indígenas[o]mundo todo.'

– CHLOE STEAD, editora assistente

Nour Jaouda | ‘Estrangeiros em todo lugar’ | Arsenal/Jardins | 20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (7)

Na obra de Nour Jaouda, tecidos texturizados tingidos são costurados, costurados e remontados para formar uma paisagem de movimentos e histórias culturais, tanto pessoais do artista quanto coletivas. Nascida no Cairo, numa família líbia, a prática de Jaouda tem múltiplas origens e situa-se algures entre a escultura e a pintura. As suas composições de tapeçaria assumem formas de tapetes de oração islâmicos, enquanto as estruturas de aço – que muitas vezes acompanham e por vezes suportam as peças têxteis – remetem para formas arquitetónicas do ambiente direto de Jaouda. Trabalhando com pigmentos naturais, tons delicados de verdes florestais e tons terrosos são infundidos em peças de tecido provenientes dos mercados do Cairo e de Londres. A absorção desses pigmentos atua como um palimpsesto de memórias, documentando em tempo real as inconsistências do passado.

– BROOKE WILSON, estagiária editorial

Kapwani Kiwanga | ‘Trinket’ |Pavilhão Canadense, Giardini |20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (8)

Experimentei pela primeira vez as instalações deslumbrantes de Kiwanga na Bienal de Veneza anterior, com curadoria de Cecilia Alemani. Lá, encontrei a prisão de KiwangaTerrário(2022), uma série de pinturas translúcidas em grande escala e esculturas de vidro cheias de areia. Em contraponto ao arranjo deslumbrante da peça, a obra é um prenúncio solene daquilo que o nosso mundo se tornará em breve: um deserto árido. Este ano, Kiwanga representará o Canadá, e será a primeira mulher negra a fazê-lo na história do pavilhão, e apenas a segunda negra a representar o país. (Stan Douglas foi o primeiro em 2022.) Se sua última aparição na Bienal é uma prova do que poderemos ver na edição deste ano, eu só poderia esperar o melhor de Kiwanga, alguém cuja habilidade como artista visual só é igualada por sua habilidade como antropóloga, explorando as vastas histórias de resistência anticolonial da maneira mais sensível e sutil em sua prática.

– TERENCE TROUILLOT, editor sênior

AndreiaMancinie todas as ilhas | ‘Uma Lei de Diálogo Comparativo’ | Pavilhão do Luxemburgo, Arsenale |20 de abril – 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (9)

Com o coletivo de design Every Island, AndreaMancinitransformará o Pavilhão em um local de intercâmbio dinâmico para facilitar a exploração da autoria individual e da colaboração em grupo. Ao longo da Bienal, quatro artistas criarão paisagens sonoras individuais, que por sua vez formarão uma biblioteca de áudio. Cada artista participará então de uma série de performances, onde o acervo de sons é acessado abertamente e alterado com novo material ao vivo na infraestrutura experimental do pavilhão, que incluirá quatro paredes sonoras móveis, uma instalação de luz e piso metálico – todas ferramentas para aprimorar ou fornecer áudio. O movimento é ecoado por cada artista que por ali passa, permitindo que fragmentos de som – passados ​​e presentes – estejam em contínua discussão e alargando a oferta de conversa aos seus ouvintes.

– BROOKE WILSON, estagiária editorial

Yuko Mohri | 'Compor'. Pavilhão Japonês, Giardini. 20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (10)

A escultura raramente escuta; muitas vezes é silencioso, embora possa ser barulhento se se mover, bater ou tombar. O mesmo não acontece com o trabalho da artista Yuko Mohri, que representará o Japão na Bienal deste ano. A sua escultura delicada e elíptica responde e regista os sons e movimentos dos espaços em que é apresentada.Decomposição(2023) criou uma espécie de música a partir de frutas podres da galeria.‘Sempre me interessei pelo som, especialmente pela acústica – ou seja, como o som se relaciona com o seu ambiente e com todos os elementos que existem nesse ambiente,’Mohri disse a Koo Jeong A na edição atual dafriso. Seu projeto será criado inteiramente a partir de materiais coletados na cidade. Esperemos que a sua abordagem invulgar revele algumas realidades mais amplas sobre uma cidade perpetuamente considerada um símbolo de um presente controverso e de um futuro ameaçado.

– ANDREW DURBIN, editor-chefe

Wang Shui | ‘Estrangeiros em todo lugar’ | Arsenale/Giardini | 20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (11)

WangShui chega a Veneza após a exposição em andamento ‘Janela de Tolerância’ na Haus der Kunst em Munique, que viu o artista experimentar a IA para descobrir os padrões implícitos em sua própria obra. O programa centra-se numa simulação de vídeo LED, operada por redes neurais programadas e modela “um reality show pós-humano em tempo real”, apresentando avatares que mudam de forma. No Arsenale, espere ver mais do jogo cuidadoso de WangShui com a tecnologia e os sentidos.

– MARKO GLUHAICH, editor associado

Wael Shawky | 'Drama 1882' | Pavilhão Egípcio, Giardini | 20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (12)

Algumas das obras mais famosas de Wael Shawky apresentam marionetes meticulosamente feitas à mão que retratam eventos históricos a partir de uma perspectiva árabe. A apresentação de Shawky em Veneza incluirá um trabalho em vídeo sobre a Revolução Urabi no Egito, que foi reprimida pelos britânicos. No entanto, são as suas pinturas “extracurriculares” de paisagens fantásticas e esculturas alucinatórias que mais prendem a minha atenção. Em exposições anteriores, o público tinha tanta probabilidade de encontrar um baixo-relevo de um dinossauro de história em quadrinhos com vista para Meca quanto de assistir a um filme que fazia uma reavaliação profunda das Cruzadas. Em última análise, considero toda esta exploração imaginativa bastante impressionante vinda de um artista cujo foco temático normalmente gira em torno do pesado projeto do imperialismo.

– ANGEL LAMBO, editor associado

Eimear Walshe | 'Irlanda Romântica' |Pavilhão Irlandês, Arsenale |20 de abril a 24 de novembro

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (13)

A videoinstalação multi-TV de Eimear Walshe para Veneza é povoada por personagens em trajes anacrônicos e máscaras anonimizadas de gimp de borracha com buracos nos olhos e na boca. A informação da imprensa diz-nos de forma tentadora que a ópera filmada foi criada com quatro iPhones, com cada um dos sete actores a revezarem-se nas filmagens, num gesto de descentralização. Ao representar a Irlanda, Walshe promete não se acovardar às “mitologias imaginárias” do país, ao mesmo tempo que se envolve na sua colonização, revolução e divisão.

– SEAN BURNS, editor assistente

Imagem principal:Sol Calero,Pavilhão Crioulo, 2024, mmídia fixa, dimensões variáveis. Cortesia:A Bienal de Veneza; fotografia: Matteo de Mayda

O que ver nos Giardini e Arsenale de Veneza (2024)
Top Articles
Latest Posts
Article information

Author: Fr. Dewey Fisher

Last Updated:

Views: 6239

Rating: 4.1 / 5 (42 voted)

Reviews: 89% of readers found this page helpful

Author information

Name: Fr. Dewey Fisher

Birthday: 1993-03-26

Address: 917 Hyun Views, Rogahnmouth, KY 91013-8827

Phone: +5938540192553

Job: Administration Developer

Hobby: Embroidery, Horseback riding, Juggling, Urban exploration, Skiing, Cycling, Handball

Introduction: My name is Fr. Dewey Fisher, I am a powerful, open, faithful, combative, spotless, faithful, fair person who loves writing and wants to share my knowledge and understanding with you.